Este sistema ecológico, único no mundo, caracteriza-se pela existência de extensões arbóreas de quercíneas,
flora do tipo xerófito e estrato herbáceo condicionado pela escassa pluviometria.
Consoante a espécie dominante, os montados podem ser de sobro (Quercus Suber), de azinho
(Quercus rotundifolia) ou mistos, incluindo ambas as espécies. A sua distribuição geográfica varia do litoral para o interior,
uma vez que o oceano Atlântico, ao influenciar as condições climáticas,
funciona como condicionante das espécies ocorrentes, predominando o sobreiro mais a Oeste e a azinheira mais a Este.
A conhecida paisagem arbórea de azinheiras e sobreiros, própria do Sul do nosso país, caracterizada por
uma topografia ligeiramente ondulada, com um subsolo pedregoso e um solo com uma fertilidade reduzida, tem como principal
vocação o aproveitamento silvo pastoril. No sob coberto desenvolve-se uma vegetação escassa e espontânea.
Este sistema ecológico contribui para a manutenção do solo evitando a sua erosão e,
simultaneamente, permite a obtenção de um recurso alimentar de grande importância: a bolota.
É neste ecossistema de excelência que o Porco Alentejano se desenvolve, engorda e termina o seu ciclo de produção,
caminhando longas distâncias e alimentando-se de bolota, ervas e outros recursos naturais. O período temporal
compreendido entre Outubro e Março, que coincide com a produção da bolota, denomina-se Montanheira.
Neste espaço de tempo esta espécie quase duplica o seu peso.
A Produção de Porco de Raça Alentejana em regime extensivo de Montanheira é um modo de produção sustentável
que em nada compromete o ecossistema do Montado e permite a obtenção de produtos transformados de qualidade superior.